quarta-feira, 30 de março de 2011

MECANISMO DE AÇÃO DAS SUBSTANCIAS PSICOATIVAS

Segundo a (OMS) Organização Mundial da Saúde as drogas são aquelas que alteram o comportamento, humor e cognição, resultando em uma ação preferencialmente nos neurônios, afetando o sistema Nervoso central.

Uma droga não é por si só boa ou má. Existem substâncias que são usadas com a finalidade de produzir efeitos benéficos, como o tratamento de doenças, e são consideradas drogas medicamentosas ou simplesmente medicamentos. Assim também existem substâncias que provocam malefícios à saúde e por isso os denominamos venenos ou tóxicos.

As drogas agem de varias maneiras sobre o Sistema Nervoso Central, interferindo no funcionamento normal das atividades físico-mentais, diminuindo, perturbando ou estimulando essas atividades, essas drogas são denominadas de drogas psicotrópicas ou substâncias psicoativas.
Para compreendermos como as drogas psicoativas interfere no Sistema Nervoso Central (SNC)  é importante termos uma noção de como esse sistema funciona.
Quando o individuo recebe um estimulo, através de seus órgãos do sentido, a “mensagem” é enviada ao SNC, onde ocorre o processamento da informação, interpretação, elaboração, memorização, associações, entre outros.
O SNC é formado por bilhões de células interligadas, formando uma complexa rede de comunicação. Essas células, responsáveis pelo processamento das informações, são denominadas neurônios.
Para transmitir a informação, o neurônio (pré-sináptico) libera substancias químicas denominadas neurotransmissores que agem como verdadeiros mensageiros, transmitindo a mensagem para o neurônio subseqüente (pós-sináptico), o que recebe a informação através de sítios específicos denominados receptores.
Alguns dos neurotransmissores mais conhecidos são; acetilcolina, dopamina, noradrenalina, serotonina, GABA e glutamato.  Cada uma dessa substancia é responsável por funções especificas, e elas estão distribuídas de forma heterogênea no SNC.
As drogas psicotrópicas agem alterando essas comunicações entre os neurônios, podendo produzir diversos efeitos de acordo com o tipo de neurotransmissor envolvido e a forma como a droga atua.
O mecanismo de ação de qualquer droga é determinado pela sua estrutura química e sua interação com um receptor no organismo.

ALCOOL
O etanol possui um efeito depressor bem conhecido sobre o sistema nervoso central. Em concentrações sangüíneas de 50 – 100 mg/dl o efeito depressor passa a dominar, refletindo em distúrbios no equilíbrio, concentração e tempo de resposta aumentado. Nesta dose os indivíduos freqüentemente ficam mais falantes e, em alguns casos, violentos e agressivos. Concentrações mais altas levam progressivamente à perda dos sentidos, coma e morte por parada respiratória.
O etanol é capaz de afetar todas as células do organismo, mas grande parte de suas ações ocorrem em neurônios. Uma das propriedades do álcool é a de modificar a permeabilidade da membrana celular, por uma perturbação em lipídeos da membrana neuronal.
Essa droga pode, também, aumentar a atividade de moduladores de neurotransmissores inibitórios, como a adenosina (a ativação desse modulador causa sedação, enquanto a inibição causa excitação). O efeito sedativo do álcool é devido à diminuição do sistema neurotransmissor excitatório, sendo importante sua ação no glutamato. O glutamato é principal neurotransmissor excitatório do nosso cérebro. Esse mensageiro químico age na célula pós-sinápticas, especial no receptor glutamatérgico N-metil-D-aspartato (NMDA). O principal efeito do álcool, em relação a esse neurotransmissor, é interagir com os sítios de ligação de glicina (aminoácido co-agonista para a abertura dos canais iônico e consqüente hiperpolarização). Dessa maneira, a neurotransmissão glutaminérgica excitatória é reduzida, causando o efeito depressor do álcool.

A interrupção abrupta do consumo crônico de etanol leva a um quadro de abstinência caracterizado pela exacerbação dos sistemas de neurotransmissores excitatórios, especialmente o glutamato. Sintomas comuns incluem sudorese, tremores, hipertermia, irritabilidade, hipertensão, insônia e forte desejo pelo álcool (compulsão). Casos graves podem levar ao quadro de delirium, onde podem ocorrer alucinações visuais e táteis, confusão mental, agitação severa, convulsões e em alguns casos, óbito.

COCAINA, CRACK E MERLA
A cocaína acentua a ação principalmente da dopamina e da noradrenalina. Como esses neurotransmissores são excitatórios, o resultado da ação da cocaína é a estimulação do SNC, produzindo euforia, ansiedade, estado de alerta etc. tanto o crack como a merla também são cocaína, portanto, todos os efeitos provocados pela cocaína também ocorrem com o crack e a merla.
O crack e a merla quando fumados, alcançam o pulmão, que é um órgão intensivamente vascularizado e com grande superfície, levando a uma absorção instantânea. Através do pulmão, cai quase imediatamente na circulação cerebral, chegando rapidamente ao SNC com isso, pela via pulmonar, o crack e a merla encurtam o caminho para chegar ao SNC, aparecendo os efeitos da cocaína muito mais rápido do que por outras vias.
Em 10 a 15 segundos, os primeiros efeitos já ocorrem, enquanto os efeitos após cheirar o pó acontece após 10 a 15 minutos e após a injeção, em 3 a 5 minutos. Essa característica faz do crack uma droga poderosa no ponto de vista do usuário, já que o prazer acontece quase que instantaneamente após o uso. Porem os efeitos do crack é muito rápido em media dura em torno de 5 minutos.  Essa pouca duração dos efeitos faz com que o usuário volte a utilizar a drogas com mais freqüência que as outras vias, levando a dependência muito mais rapidamente.  Logo após o uso o usuário sente uma sensação de grande prazer, intensa euforia e poder. É tão agradável que, logo após o desaparecimento desse efeito, ele volta a usar a droga, fazendo isso inúmeras vezes. Alem desse prazer o crack e a merla também provocam um estado de excitação, hiperatividade, insônia, perda de sensação do cansaço, falta de apetite.  Em menos de mês ele perde muito peso, e num tempo pouco maior de uso, ele perde todas as noções básicas de higiene. Além disso, o usuário perde o interesse sexual também experimenta sensações muito desagradáveis como cansaço e intensa depressão, irritabilidade, tremores e atitudes bizarras devido ao aparecimento de paranóia, eventualmente podem ter alucinações e delírios.
O crack como também a merla podem produzir um aumento das pupilas, afetando a visão, ainda pode provocar dor no peito, contrações musculares, convulsões e até o coma. A pressão arterial pode elevar-se, e o coração pode bater muito mais rapidamente. (taquicardia) em casos extremos chega a produzir uma parada do coração da atividade de centros cerebrais que controlam a respiração.

MACONHA e THC
Os efeitos no SNC dependerão da quantidade da maconha fumada e da sensibilidade de quem fuma.  Para uma parte das pessoas, os efeitos são uma sensação de bem estar acompanhada de calma e relaxamento, sentir-se menos fatigado, vontade de rir. Para outras pessoas, os efeitos são mais para o lado desagradável sente angustia, ficam temerosas de perder o controle da cabeça, tremulas, suando.
Assim sobre a ação da maconha, a pessoa perde a noção de tempo, tendo a sensação de que se passaram horas, quando na realidade foram alguns minutos.
Quanto aos efeitos na memória, eles se manifestam principalmente na chamada memória a curto prazo, ou seja aquela que nos é importante por alguns instantes.
Aumentando a dose e/ou dependendo da sensibilidade, os efeitos psíquicos agudos podem chegar até a alterações mais evidentes, com a predominância de delírios e alucinações. Sob a ação da maconha uma pessoa ouve a sirene de uma ambulância e julga que é a policia que vem prendê-la. Em ambos os casos esta mania de perseguição pode leva ao pânico e conseqüentemente a atitudes perigosas.
Os efeitos físicos agudos são muitos poucos; os olhos ficam avermelhados a boca fica seca, e o coração dispara de 60-80 batimentos por minutos pode chegar a 120-140 ou até mais. 

SOLVENTES OU INALANTES
O mecanismo de ação dos solventes é muito complexo e, por esse motivo, ainda não totalmente esclarecido.
O inicio dos efeitos, após a aspiração, é bastante rápido, assim o usuário repete as aspirações varias vezes para que as sensações durem mais tempo. Ao inalar a droga a pessoa fica eufórica, aparentemente excitada, ocorrendo tonturas e perturbações auditivas e visuais. A depressão do SCN começa a predominar, com a pessoa ficando em confusão, desorientada, voz meio pastosa, visão embaçada, perda do autocontrole, dor de cabeça, palidez, a pessoa começa a ver ou ouvir coisas.
Os solventes quando inalados cronicamente, podem levar a lesões da medula óssea, dos rins, do fígado e dos nervos periféricos que controlam os nossos músculos.

TABACO
Os principais efeitos da nicotina no SNC são; elevação leve no humor e diminuição do apetite. A nicotina é considerada um estimulante leve, apesar de um grande numero de fumantes relatar que sentem relaxados quando fumam, essa sensação de relaxamento é provocada pela diminuição do tônus muscular.
Essa substancia quando usada ao longo do tempo, pode provocar o desenvolvimento  de tolerante, ou seja, a pessoa tende a consumir um numero cada vez maior de cigarro para sentir os mesmos efeitos que originalmente eram produzidos por doses menores.
A nicotina produz pequeno aumento no batimento cardíaco, na pressão arterial, na freqüência respiratória e na atividade motora.

Edimis e Ednice


REFERENCIAS
www.aed.one2one.com.br  Álcool e Drogas Sem Distorção. , do Núcleo de Estudos do Álcool & Outras Drogas

Um comentário:

  1. Meninas, bem completo o post de vocês. Só precisam ter mais cuidado com as referências!

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