quarta-feira, 30 de março de 2011

MECANISMO DE AÇÃO DAS SUBSTANCIAS PSICOATIVAS

Segundo a (OMS) Organização Mundial da Saúde as drogas são aquelas que alteram o comportamento, humor e cognição, resultando em uma ação preferencialmente nos neurônios, afetando o sistema Nervoso central.

Uma droga não é por si só boa ou má. Existem substâncias que são usadas com a finalidade de produzir efeitos benéficos, como o tratamento de doenças, e são consideradas drogas medicamentosas ou simplesmente medicamentos. Assim também existem substâncias que provocam malefícios à saúde e por isso os denominamos venenos ou tóxicos.

As drogas agem de varias maneiras sobre o Sistema Nervoso Central, interferindo no funcionamento normal das atividades físico-mentais, diminuindo, perturbando ou estimulando essas atividades, essas drogas são denominadas de drogas psicotrópicas ou substâncias psicoativas.
Para compreendermos como as drogas psicoativas interfere no Sistema Nervoso Central (SNC)  é importante termos uma noção de como esse sistema funciona.
Quando o individuo recebe um estimulo, através de seus órgãos do sentido, a “mensagem” é enviada ao SNC, onde ocorre o processamento da informação, interpretação, elaboração, memorização, associações, entre outros.
O SNC é formado por bilhões de células interligadas, formando uma complexa rede de comunicação. Essas células, responsáveis pelo processamento das informações, são denominadas neurônios.
Para transmitir a informação, o neurônio (pré-sináptico) libera substancias químicas denominadas neurotransmissores que agem como verdadeiros mensageiros, transmitindo a mensagem para o neurônio subseqüente (pós-sináptico), o que recebe a informação através de sítios específicos denominados receptores.
Alguns dos neurotransmissores mais conhecidos são; acetilcolina, dopamina, noradrenalina, serotonina, GABA e glutamato.  Cada uma dessa substancia é responsável por funções especificas, e elas estão distribuídas de forma heterogênea no SNC.
As drogas psicotrópicas agem alterando essas comunicações entre os neurônios, podendo produzir diversos efeitos de acordo com o tipo de neurotransmissor envolvido e a forma como a droga atua.
O mecanismo de ação de qualquer droga é determinado pela sua estrutura química e sua interação com um receptor no organismo.

ALCOOL
O etanol possui um efeito depressor bem conhecido sobre o sistema nervoso central. Em concentrações sangüíneas de 50 – 100 mg/dl o efeito depressor passa a dominar, refletindo em distúrbios no equilíbrio, concentração e tempo de resposta aumentado. Nesta dose os indivíduos freqüentemente ficam mais falantes e, em alguns casos, violentos e agressivos. Concentrações mais altas levam progressivamente à perda dos sentidos, coma e morte por parada respiratória.
O etanol é capaz de afetar todas as células do organismo, mas grande parte de suas ações ocorrem em neurônios. Uma das propriedades do álcool é a de modificar a permeabilidade da membrana celular, por uma perturbação em lipídeos da membrana neuronal.
Essa droga pode, também, aumentar a atividade de moduladores de neurotransmissores inibitórios, como a adenosina (a ativação desse modulador causa sedação, enquanto a inibição causa excitação). O efeito sedativo do álcool é devido à diminuição do sistema neurotransmissor excitatório, sendo importante sua ação no glutamato. O glutamato é principal neurotransmissor excitatório do nosso cérebro. Esse mensageiro químico age na célula pós-sinápticas, especial no receptor glutamatérgico N-metil-D-aspartato (NMDA). O principal efeito do álcool, em relação a esse neurotransmissor, é interagir com os sítios de ligação de glicina (aminoácido co-agonista para a abertura dos canais iônico e consqüente hiperpolarização). Dessa maneira, a neurotransmissão glutaminérgica excitatória é reduzida, causando o efeito depressor do álcool.

A interrupção abrupta do consumo crônico de etanol leva a um quadro de abstinência caracterizado pela exacerbação dos sistemas de neurotransmissores excitatórios, especialmente o glutamato. Sintomas comuns incluem sudorese, tremores, hipertermia, irritabilidade, hipertensão, insônia e forte desejo pelo álcool (compulsão). Casos graves podem levar ao quadro de delirium, onde podem ocorrer alucinações visuais e táteis, confusão mental, agitação severa, convulsões e em alguns casos, óbito.

COCAINA, CRACK E MERLA
A cocaína acentua a ação principalmente da dopamina e da noradrenalina. Como esses neurotransmissores são excitatórios, o resultado da ação da cocaína é a estimulação do SNC, produzindo euforia, ansiedade, estado de alerta etc. tanto o crack como a merla também são cocaína, portanto, todos os efeitos provocados pela cocaína também ocorrem com o crack e a merla.
O crack e a merla quando fumados, alcançam o pulmão, que é um órgão intensivamente vascularizado e com grande superfície, levando a uma absorção instantânea. Através do pulmão, cai quase imediatamente na circulação cerebral, chegando rapidamente ao SNC com isso, pela via pulmonar, o crack e a merla encurtam o caminho para chegar ao SNC, aparecendo os efeitos da cocaína muito mais rápido do que por outras vias.
Em 10 a 15 segundos, os primeiros efeitos já ocorrem, enquanto os efeitos após cheirar o pó acontece após 10 a 15 minutos e após a injeção, em 3 a 5 minutos. Essa característica faz do crack uma droga poderosa no ponto de vista do usuário, já que o prazer acontece quase que instantaneamente após o uso. Porem os efeitos do crack é muito rápido em media dura em torno de 5 minutos.  Essa pouca duração dos efeitos faz com que o usuário volte a utilizar a drogas com mais freqüência que as outras vias, levando a dependência muito mais rapidamente.  Logo após o uso o usuário sente uma sensação de grande prazer, intensa euforia e poder. É tão agradável que, logo após o desaparecimento desse efeito, ele volta a usar a droga, fazendo isso inúmeras vezes. Alem desse prazer o crack e a merla também provocam um estado de excitação, hiperatividade, insônia, perda de sensação do cansaço, falta de apetite.  Em menos de mês ele perde muito peso, e num tempo pouco maior de uso, ele perde todas as noções básicas de higiene. Além disso, o usuário perde o interesse sexual também experimenta sensações muito desagradáveis como cansaço e intensa depressão, irritabilidade, tremores e atitudes bizarras devido ao aparecimento de paranóia, eventualmente podem ter alucinações e delírios.
O crack como também a merla podem produzir um aumento das pupilas, afetando a visão, ainda pode provocar dor no peito, contrações musculares, convulsões e até o coma. A pressão arterial pode elevar-se, e o coração pode bater muito mais rapidamente. (taquicardia) em casos extremos chega a produzir uma parada do coração da atividade de centros cerebrais que controlam a respiração.

MACONHA e THC
Os efeitos no SNC dependerão da quantidade da maconha fumada e da sensibilidade de quem fuma.  Para uma parte das pessoas, os efeitos são uma sensação de bem estar acompanhada de calma e relaxamento, sentir-se menos fatigado, vontade de rir. Para outras pessoas, os efeitos são mais para o lado desagradável sente angustia, ficam temerosas de perder o controle da cabeça, tremulas, suando.
Assim sobre a ação da maconha, a pessoa perde a noção de tempo, tendo a sensação de que se passaram horas, quando na realidade foram alguns minutos.
Quanto aos efeitos na memória, eles se manifestam principalmente na chamada memória a curto prazo, ou seja aquela que nos é importante por alguns instantes.
Aumentando a dose e/ou dependendo da sensibilidade, os efeitos psíquicos agudos podem chegar até a alterações mais evidentes, com a predominância de delírios e alucinações. Sob a ação da maconha uma pessoa ouve a sirene de uma ambulância e julga que é a policia que vem prendê-la. Em ambos os casos esta mania de perseguição pode leva ao pânico e conseqüentemente a atitudes perigosas.
Os efeitos físicos agudos são muitos poucos; os olhos ficam avermelhados a boca fica seca, e o coração dispara de 60-80 batimentos por minutos pode chegar a 120-140 ou até mais. 

SOLVENTES OU INALANTES
O mecanismo de ação dos solventes é muito complexo e, por esse motivo, ainda não totalmente esclarecido.
O inicio dos efeitos, após a aspiração, é bastante rápido, assim o usuário repete as aspirações varias vezes para que as sensações durem mais tempo. Ao inalar a droga a pessoa fica eufórica, aparentemente excitada, ocorrendo tonturas e perturbações auditivas e visuais. A depressão do SCN começa a predominar, com a pessoa ficando em confusão, desorientada, voz meio pastosa, visão embaçada, perda do autocontrole, dor de cabeça, palidez, a pessoa começa a ver ou ouvir coisas.
Os solventes quando inalados cronicamente, podem levar a lesões da medula óssea, dos rins, do fígado e dos nervos periféricos que controlam os nossos músculos.

TABACO
Os principais efeitos da nicotina no SNC são; elevação leve no humor e diminuição do apetite. A nicotina é considerada um estimulante leve, apesar de um grande numero de fumantes relatar que sentem relaxados quando fumam, essa sensação de relaxamento é provocada pela diminuição do tônus muscular.
Essa substancia quando usada ao longo do tempo, pode provocar o desenvolvimento  de tolerante, ou seja, a pessoa tende a consumir um numero cada vez maior de cigarro para sentir os mesmos efeitos que originalmente eram produzidos por doses menores.
A nicotina produz pequeno aumento no batimento cardíaco, na pressão arterial, na freqüência respiratória e na atividade motora.

Edimis e Ednice


REFERENCIAS
www.aed.one2one.com.br  Álcool e Drogas Sem Distorção. , do Núcleo de Estudos do Álcool & Outras Drogas

terça-feira, 29 de março de 2011

Substâncias perturbadoras
Drogas perturbadoras produzem mudanças qualitativas no comportamento do snc, provocando alterações mentais as quais não são consideradas normais, sendo os delírios ilusões e alucinações, sintomas causados pela substancia produzida da planta (cannabis sativa) por essa razão são chamadas drogas psicoticomiméticos. As drogas perturbadoras são usadas também como medicamentos anticolinérgicos.
Anticolinérgicos
São substâncias que bloqueia os efeitos da acetilcolina, atuando no sistema colinérgico e são denominados os anticolinérgicos. Essas substâncias são de origem vegetal ou sintetizada em laboratório. O uso em doses elevadas causa delírios e alucinações. É comum os usuários sentirem que estão sendo perseguidos por pessoas e bichos etc. Porém o tipo do delírio será determinado pelo contexto que esse indivíduo esteja inserido. Os efeitos são intensos chega a levar de 2-3 dias para ser eliminado. As drogas perturbadoras tiveram seu uso popularizado com a finalidade apenas de provocar alucinações.
As drogas anticolinérgicas causam efeitos periféricos como: pupilas dilatadas, boca seca e coração disparado. O intestino pode parar de produzir e bexiga fica preguiçosa com retenção de urina. Os efeitos tóxicos que são produzidos quando há uso de doses elevadas, pode causar aumento de temperatura, podendo chegar até 40-41ºC. Apresentando vermelhidão principalmente em pescoço e rosto.
Referências:
IMESC; Infodrogas. Estimulantes do SNC. Acessado em: 20 de Março. 2011. Disponível em: http://www.imesc.sp.gov.br/infodrogas/estimula.htm.
UNESP; SAÚDE-DROGA, DROGAS PERTUBADORAS. Acessado em: 22 de Março. 2011. Disponível em: http://www.btu.unesp.br/cipa/saude_drogas12.htm
Departamento de Psicologia Unifestp/ EPMCentro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas. Maconha.
Acesso em 29/03/2011
Lucinéia Alves e Vânia Cássia

Drogas: o uso e o abuso delas



O uso de drogas hoje em dia, é basicamente de origem social, baseado na necesidade de ser aceito em um grupo, curiosidade, alienação e desafio, mas também pode ser uma forma de expressão de conflitos emocionais profundos, que necessitam de tratamento terapêutico.
cc

O problema do uso, abuso, uso inadequado, habituação e uso abusivo de drogas, expandiu-se com força nos últimos anos. A ingestão de drogas, considerada anteriormente indício de conduta inadequada, e algo perigoso de ser feito, tornou-se aceita por grande parte da geração mais jovem, como prova de coragem, auto-realização e desafio às autoridades. A prática espalhou-se através das universidades, colégios, atingindo também vários outros ambientes coletivos.

Embora a maconha seja a droga mais extensivamente utilizada, o uso abusivo dos estimulantes e alucinógenos é bastante amplo, e uso de narcóticos tem aumentado consideravelmete. A variedade dos efeitos das drogas, a constante introdução de drogas novas e a redescoberta de algumas drogas antigas produziram certa confusão quanto aos aspectos psicofisiológicos da intoxicação e as consequências socias do abuso de drogas.

A dependência química leva os jovens a matar, roubar e até mesmo a cometerem suicídios. Mas quem sofre com tudo isso é a família, cujo lar foi destruído pelo vício de um dos seus membros. Para este indivíduo que teve sua vida totalmente alterada pelo uso das drogas, a família, os professores e os verdadeiros amigos têm um papel fundamental para a sua recuperação. Para dependentes de drogas, raramente há uma saída fácil. Internar o filho drogado, é um recurso extremo, que até pouco tempo atrás era definido como exagerada.

Na maioria dos casos a hospitalização é indicada para controle da síndrome de abstinência ou intoxicação por drogas. Infelizmente devido ao recente e enorme aumento desses problemas, a hospitalização é possível apenas para uma pequena fração dos pacientes.

Além disso surgem problemas devido ao fato de pessoas jovens evitarem clínicas ou hospitais especializados, com medo de serem presas ou terem os seus pais informados de sua condição. Por este motivo, doenças sérias ou óbitos que poderiam ser evitados com tratamento adequado, têm ocorrido.

É importante tentar identificar os distúrbios psicológicos ou motivos sociais que conduziram à dependências as drogas. Seguimento e contato continuado com o indivíduo, são essenciais para resultados a longo termo. Na maioria dos casos a psicoterapia de apoio é indicada para a ventilação de problemas sociais, interpessoais e psicológicos.


REFERÊNCIAS:

A RELAÇÃO DOS JOVENS COM AS DROGAS. Ana Lúcia Caetano da Silva. Disponível em: http://www.overmundo.com.br/banco/a-relacao-dos-jovens-com-as-drogas. Acesso em: 29/03/2011 às 9:17h.
SOLOMON, Philip. PATCH, Vernon D. Manual de Psiquiatria. 1ª ed. Atheneu editora da Universidade de São Paulo. São Paulo, 1975. P. 315-317.

Notícias do Conselho Federal de Psicologia

Especialista fala sobre prevenção e intervenção como estratégia para abordagem das drogas

Nos dias 17 e 18 de março de 2011, o Sistema Conselhos de Psicologia,realizou na sede do Federal, o planejamento estratégico para nortear as ações da Psicologia sobre as políticas de Álcool e outras Drogas no próximo triênio. Além de conselheiros federais e regionais, estiveram presentes convidados, entre eles, a colombiana Lina Pareja, pedagoga, especialista em Fármaco-dependência e mestre em dependência de drogas. Em sua exposição durante o planejamento estratégico, Pareja falou sobre a prevenção e a intervenção como estratégia para a abordagem das drogas. A entrevista que ela deu está aqui.

Algumas publicações do CFP sobre álcool e outras drogas:


Boa leitura!


Fabiana

Diagnostico da Dependência Química


O Conjunto de fenômenos comportamentais, cognitivos e fisiológicos que se desenvolvem após repetidos consumo de uma substancia psicoativa, tipicamente associado ao desejo poderoso de tomar a droga, à dificuldade de controlar o consumo, à utilização persistente apesar das suas conseqüências nefasta, a uma maior prioridade dada ao uso da droga em detrimento de outras atividades e obrigações, a um estado de abstinência física. A síndrome de dependência pode dizer respeito a uma substancia psicoativa especifica como exemplo o fumo, álcool ou o diazepam, a uma categoria de substancias psicoativa, por exemplo, substancias opiáceas ou a um conjunto mais vasto de substancia farmacologicamente diferente. Há todas essas considerações danos o conceito de Diagnostico de Dependência Química.
A Organização Mundial de Saúde diz que a Dependência Química é uma enfermidade incurável e progressiva, apesar de poder ser estacionada pela abstinência.

Para se chegar a um diagnostico de Dependência Química requer uma análise por um profissional habilitado ligado a saúde mental, que para diagnosticar deverá ter presente o paciente. Somado a isto o histórico de outras patologias, a história de vida (social, afetiva, familiar, pessoal), a análise do inconsciente, uma avaliação da clínica – geral.
Nossa intenção é a de orientar as pessoas informando sobre como se chegar a uma diagnostico de Dependência Química. Para tanto a OMS traça também diretrizes para o diagnóstico que deve somente ser feito, casos três ou mais dos seguintes critérios descritos, resumidamente, tenham sido preenchidos por algum tempo durante o último ano.
1 - Forte desejo ou compulsão para usar a substância.
2 - Dificuldade em controlar o consumo da substância, em termos de início, término e quantidade.
3 - Presença da síndrome de abstinência ou uso da substância para evitar o aparecimento da mesma.
4 - Presença de tolerância, evidenciada pela necessidade de aumentar a quantidade para obter o mesmo efeito anterior.
5 - Abandono progressivo de outros interesses ou prazeres em prol do uso da substância.
6 - Persistência no uso, apesar das diversas conseqüências danosas.
A investigação indica que, juntamente com os efeitos desejados das substâncias e das características do meio ambiente, existem também fatores constitucionais no indivíduo que facilitam a dependência e que provocam o processo de recaída. Isso significa que, para a drogadicção, seriam necessários a droga, o ambiente e as condições de personalidade do dependente. Assim sendo, para a existência da dependência química se destaca a presença de possíveis outros transtornos psiquiátricos prévios ao início da conduta adictiva. Com esse enfoque seria muito oportuno o considerar que esses pacientes possam ter uma alteração dos sistemas de neurotransmissão-neuromodulacão tanto previamente ao desenvolvimento da drogadicção, como provocados (e agravados), posteriormente, pelas próprias substâncias psicoativas que consumem (Cervila, 1999).
Uma vez dependente químico, para sempre dependente químico não existe cura, o que existe é o controle da patologia.
A maior parte das síndromes de abuso de substancia denotam controle que se estendera por toda a vida. A síndrome de abuso de substancias é um processo que após instalado torna se crônico, podendo o viciado, voltar a abusar da substancia ao menor contato com a mesma.
Bibliografia:
www.olhosalma.com.br/index.php?menu=4...4...
Ballone GJ - Dependência Química - in. PsiqWeb, Internet, disponível em <http://sites.uol.com.br/gballone/psicossomatica/drogas.html> revisto em 2003
Texto Desenvolvido pelos alunos de Psicologia da 7° Semestre do curso de Psicologia: Tatiana Araujo Ribeiro e Joseph Queiroz

A HISTÓRIA DAS DROGAS

Falando em drogas, já se perguntou qual a sua história?
Não?
Então esse é o momento de você saber.
Como toda história tem o “local” e a “origem”, com as drogas não é diferente. O estudo histórico das drogas surgiu desde os ancestrais e até hoje faz parte de toda história humana. A própria bíblia menciona o uso de bebidas alcoólicas. Em 5400-5000 A.C., foi descoberto no Norte do Irã um jarro de cerâmica que possuía resíduos de vinho resinado, e passou a ser considerado o princípio da produção de bebida alcoólica. Em 4000 A.C., a Cannabis Sativa conhecida como a maconha, já era usada pelos Chineses e no Brasil os índios já consumiam plantas e substâncias tóxicas em suas manifestações religiosas. A maconha chegou ao Brasil depois do seu descobrimento, trazida da Angola pelos primeiros escravos negros.

3500 A.C., são registradas que os Sumérios e na Mesopotâmia região da Ásia Menor, fazia-se uso do Ópio* como relaxante e analgésico. Já no México 1000 A.C., o cacto alucinógeno era usado em rituais religiosos indígenas tendo como nome popular Peyote, de origem asteca, que significa “palavra divina”. A anfetamina, por exemplo, foi utilizada na II Guerra Mundial por tropas Alemãs com o intuito de exceder o cansaço provocado pelos combates, ou seja, dando ânimo aos soldados.
Nos anos 60, com manifestações e protestos a maconha continuou inserida no meio dos jovens e ao mesmo tempo surgiu o LSD, Cocaína, Heroína, Crack, Ecstasy, além das drogas antigas. Porém, as drogas existem desde os primórdios da existência humana.
* A mais importante droga desde a Antiguidade até o século XIX foi o suco leitoso recolhido do bulbo da papoula que os gregos denominaram Opion, ou seja, “suco”.

REFERENCIA
CARNEIRO, Henrique, 1960-Pequena enciclopédia da história das drogas e bebidas: histórias e curiosidades sobre as mais variadas drogas e bebidas / Henrique Carneiro. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
SILVA, Eroy Aparecida da et al. Drogas en la adolescencia: temores y reacciones de los padres.Psicol. teor. prat. São Paulo, v. 8, n.1, p.41-54, 2006. Disponível em: >. Acesso em: 14 Março 2011.
Joseane Souza
Silvana Ferreira

segunda-feira, 28 de março de 2011

O USO DE DROGAS NA ATUALIDADE

Atualmente, o uso de drogas se caracteriza como um problema social e de saúde pública. O uso abusivo de drogas acarreta em crises familiares e custos mais altos com saúde e até mesmo coma justiça. O contato com as drogas está acontecendo cada vez mais cedo, geralmente ocorre na adolescência, período que é marcado por diversas transformações biológicas, psicológicas e sociais, deixando-o mais vulnerável à situação. Entre os jovens da sociedade é comum o uso e o abuso de substâncias psicoativas na adolescência, para alterar as percepções, os sentimentos ou o comportamento.






O uso de drogas tem se tornado cada vez mais freqüente nas famílias brasileiras, seja o uso ilícito ou lícito. Vai de um remédio que a mãe toma pra dormir, a cerveja que o pai tem que beber antes do almoço, até mesmo o filho adolescente que experimenta uma droga ilícita (maconha). Há uma alta prevalência do uso abusivo de drogas lícitas como o álcool e tabaco. E há vários fatores que levam o indivíduo a se envolver com essas substâncias, os principais podem ser o indivíduo, o cenário sócio econômico, o grupo de pares e a família. Hoje esse tema das drogas é muito discutido, tanto pelo fato do seu efeito devastador nas famílias, quanto pela criminalidade que é promovida pelo tráfico, mas há ainda muito o que se discutir sobre esse tema, cabendo aos pais, educadores e sociedade desmistificar.


Referência


Pratta, Elisângela Maria Machado. O adolescente e o uso abusivo de substâncias psicoativas na atualidade. Disponível em: http://www.unicastelo.br/2007/site/noticias/?id_categoria=2&id_noticia=301 Acesso em: 20 de março de 2011.

domingo, 27 de março de 2011

Substâncias Estimulantes do SNC

São substâncias que agem no organismo de forma semelhante à adrenalina, responsáveis por acelerar o funcionamento do cérebro, diminuindo o sono e o apetite da pessoa e aumentando os níveis de atividade motora e cognitiva, o estado de alerta e atenção. Podendo este comportamento variar de pessoa para pessoa.

Os estimulantes estão presentes em muitas culturas desde a antiguidade. Essas substâncias podem ser de origem vegetal como a cafeína, a cocaína e o guaraná, e outras de origem sintética (fabricados em laboratório) como a anfetamina, a metanfetamina, além de várias substâncias que são usadas para tirar a fome.



Entre as substâncias de origem vegetal está a cafeína, que em pequenas quantidades aumenta a circulação por provocar dilatação dos vasos sanguíneos. Em nosso dia-a-dia podemos encontrá-la em pequenas quantidades por meio do café, do chá mate, coca-cola, entre outros. Pode, em dose excessiva, produzir excitação, insônia, dores de cabeça, taquicardia, problemas digestivos e nervosismo. Algumas pessoas a utilizam para resolver problemas cardíacos, auxiliar pessoas com depressão nervosa decorrente do uso do álcool e outras drogas, porém é necessário tomar cuidado, pois alguns estudiosos não observam nenhum uso terapêutico na cafeína, alertando ainda para o perigo da dependência psíquica e da síndrome de abstinência.


Outro exemplo é o guaraná, um fruto do guaranazeiro, arbusto originário do Amazonas. Os índios o consumiam com o objetivo de realizar trabalhos físicos mais cansativos, seu consumo era feito através de dissolução do pó do guaraná em água. É comum encontrarmos hoje refrigerantes com nome guaraná, mas esses são normalmente feitos com sabor artificial.


Entre as substâncias estimulantes produzidas em laboratório temos a anfetamina, uma droga ilícita se for usada sem fins médicos, consumida pela via oral, na forma de comprimidos, na forma injetável ou inalada, sendo comum também os comprimidos serem dissolvidos em bebidas alcoólicas. Ela inibe o apetite e seu efeito pode durar de 4 a 14 horas, dependendo da dosagem. Foi lançada em 1932 no mercado farmacêutico indicado como alívio de congestão nasal e asma. Foi usado, durante a Segunda Guerra Mundial, pelas tropas alemãs para combater a fadiga provocada pelo combate. É usada abusivamente por esportistas, pois aumenta a capacidade física apesar de diminuir o desempenho do usuário nestas atividades; Por estudantes, para manterem-se por um período de tempo acordados; e ainda por caminhoneiros, objetivando dirigir à noite e não pegar no sono.



Os adolescentes estão entre os principais usuários de drogas. Especialistas afirmam que o melhor modo de combater as drogas é a prevenção. Informação, educação e diálogo são apontados como o melhor caminho para impedir que adolescentes se viciem, já que as consequências do uso dessas substâncias podem ser graves. Além da dependência química, o uso dessas substâncias pode gerar dependência psicológica.


REFERÊNCIAS

Centro Brasileiro de Informações Sobre Drogas Psicotrópicas. Drogas Estimulantes (Anfetaminas). Disponível em: http://www.unifesp.br/dpsicobio/cebrid/quest_drogas/drogas_estimulantes.htm. Acesso em: 19 mar 2011.

Estimulantes hipnóticos. Disponível em: http://br.monografias.com/trabalhos2/estimulantes-hipnoticos/estimulantes-hipnoticos2.shtml. Acesso em: 19 mar 2011.

Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo. Estimulantes do SNC. Disponível em: http://www.imesc.sp.gov.br/infodrogas/estimula.htm. Acesso em: 19 mar 2011.

O que são os estimulantes? Disponível em: http://psicoativas.ufcspa.edu.br/estimu.html. Acesso em: 19 mar 2011.

Substâncias perturbadoras do Sistema Nervoso Central



As substâncias perturbadoras são drogas cujo efeito principal é provocar alterações no funcionamento cerebral, desencadeando vários fenômenos psíquicos anormais como: delírios e as alucinações. Este grupo de substâncias pode ser conhecido também como: alucinógenos, psicodélicos, psicoticomiméticos, psicodislépticos e psicometamórficos. Algumas substancias que compõe o grupo de perturbadores do SNC são: anticolinérgicos, maconha, cacto, cogumelo e LSD-25.
Grande parte das drogas alucinógenas são provenientes de plantas que foram descobertas em sua maioria por culturas primitivas no passado. No entanto ao sentirem os efeitos mentais das mesmas, os indivíduos passaram a considerá-las como "plantas divinas", isto é, que faziam com que, quem as ingerisse, recebessem mensagens divinas dos deuses, elevando o homem a uma dimensão não material, provocando alucinações. Dessa forma, esses povos e culturas em seus rituais, acreditavam estar em contato com forças da natureza e suas divindades.
Contudo, as drogas perturbadoras só tiveram seu uso popularizado na década de 60, com o movimento hippie. Este fenômeno sócio-cultural tratava-se de uma revolta contra os valores exclusivamente competitivos e materialistas, incorporados ao modo de vida das sociedades industriais que colocavam em segundo plano, os sentimentos mais íntimos e as necessidades místico-religiosas, denunciando certas características de alheamento da sociedade industrial. Os hippies incluíam o uso de tais drogas em sua contestação à procura do "flower-power" (poder das flores). Nesta época, cresceu o número de pessoas que passaram a fazer uso de drogas alucinógenas como manifestação simbólica dos seus ideais.
Referências:
IMESC; Infodrogas. Estimulantes do SNC. Acessado em: 20 de Março. 2011. Disponível em: http://www.imesc.sp.gov.br/infodrogas/estimula.htm.
UNESP; SAÚDE-DROGA, DROGAS PERTUBADORAS. Acessado em: 20 de Março. 2011. Disponível em: http://www.btu.unesp.br/cipa/saude_drogas12.htm
Tamiris Alves e Thaise Cruz

sábado, 26 de março de 2011

O que são Drogas ?

Droga é toda e qualquer substância, natural ou sintética que introduzida no organismo modifica suas funções. As drogas naturais são obtidas através de determinadas plantas, de animais e de alguns minerais. Como exemplo, podemos citar a cafeína (do café), a nicotina (presente no tabaco), o ópio (na papoula) e o THC ou tetraidrocanabinol (da cannabis). As drogas sintéticas são fabricadas em laboratório, exigindo para isso técnicas especiais. O termo droga presta-se a várias interpretações, mas ao senso comum é uma substância proibida, de uso ilegal e nocivo ao indivíduo, modificando-lhe as funções, as sensações, o humor e o comportamento.
As drogas estão classificadas em três categorias: os estimulantes, os depressores e os perturbadores das atividades mentais. O termo droga envolve os analgésicos, estimulantes, alucinógenos, tranquilizantes e barbitúricos, além do álcool e substâncias voláteis. As psicotrópicas são as drogas que tem tropismo* e afetam o Sistema Nervoso Central, modificando as atividades psíquicas e o comportamento. Essas drogas podem ser absorvidas de várias formas: por injeção, por inalação, via oral ou injeção intravenosa.
*Tropismo: significa atração, portanto drogas são substâncias que têm atração pela mente, a sede do agir, analisar, pensar, etc.
Referencias:
LEITE, Marco da Costa, Conversando sobre Drogas – 4ºed, reimp. ver. – Brasília: Presidência da Republica, Gabinete de segurança Institucional, Secretaria Nacional Antidrogas, 2003
Site recomendado:



Ana Caroline e Simone Pereira

sexta-feira, 18 de março de 2011

Medicalização e dependência

Um assunto pouco discutido quando se fala em dependência química, mas que vem ganhando espaço na mídia: a medicalização do sofrimento, da angústia, e dos problemas sociais como um todo. No ano passado, foi divulgado que o rivotril é a segunda medicação mais vendida no Brasil, perdendo apenas para o anticoncepcional Microvlar, e na frente de medicações antihipertensivas e até de analgésicos, para os quais não se faz necessária a receita.

Para deixar claro que se trata de uma medicação que induz à dependência é que se coloca a traja preta em sua caixa, e para controlar seu uso e venda é que se cobra pela receita. No caso da Ritalina, a receita deve ser de um formulário ainda mais rigoroso, amarelo, para o qual o psiquiatra precisa fazer um cadastro específico no seu Conselho Regional.

A Ritalina, ou Metilfenidato, é uma medicação derivada das anfetaminas, e funciona como estimulante cerebral. Utilizada principalmente nos casos de hiperatividade, interessante imaginar que um estimulante poderia trazer benefícios. O problema é justamente esse: pode funcionar bem até "demais", a ponto de provocar um comportamento artificial, e acabar com a espontaneidade do sujeito que o utiliza.

O Brasil, segundo estudos, é o segundo maior consumidor desta medicação, perdendo apenas para os Estados Unidos. O que isso nos diz? Que nossas crianças estão com uma epidemia de TDAH? Que boa  parte de nossos adultos sofrem de déficit de atenção, e que sofremos prejuízos sociais importantes por conta disso? Ou que ainda depositamos nas medicações a esperança da solução de nossos problemas sociais?

Deixo para o debate ainda um video da entrevista da Dra. Maria Aparecida Moysés, professora de Psiquiatria da Unicamp, e um trecho dos Simpsons, quando Bart utiliza uma medicação para o seu comportamento difícil... O que vocês pensam sobre isso?