quinta-feira, 2 de junho de 2011

ABSTINÊNCIA

A abstinência pode ser uma das formas de tratamento adotada para dependentes químicos. Este modelo consiste na renúncia voluntária à satisfação de um desejo ou necessidade, podendo ser caracterizada pela privação do álcool/drogas ilícitas, de um alimento, pela execução de determinada ação, dentre outros. Por conseqüência quem se encontra em tratamento da dependência química, está renunciando ao consumo da substância, seja ela lícita ou ilícita.

A dependência química se apresenta sob duas formas: a dependência física e psicológica da substância. A dependência física é caracterizada pela presença de sintomas físicos extremamente desagradáveis que surgem quando o indivíduo interrompe ou diminui de forma abrupta o uso da droga, o que constitui na síndrome de abstinência. Quanto à dependência psicológica, as principais características compreendem um intenso estado de mal estar psíquico, levado por sintomas de ansiedade, depressão, dificuldades de concentração, entre outros, a partir do momento em que o indivíduo pára de ingerir a droga na freqüência e quantidade habituais. Nesse caso, o dependente tem a sensação de ser incapaz de realizar qualquer atividade cotidiana sem o consumo da droga, mesmo que não tenha nenhum sintoma físico característico da abstinência.

Assim, quando o indivíduo começa a utilizar continuamente uma droga, instala-se a dependência e a tolerância. Entretanto, em muitos casos, a retirada abrupta da droga nesta situação, pode determinar o aparecimento de sinais e sintomas que dependem do tipo de droga envolvida e do nível de dependência em que se encontra o indivíduo. O tratamento da dependência química é muito complexo, o progresso do tratamento esta intimamente ligada ao grau de motivação do indivíduo. A dependência e seus efeitos nos usuários não diferem muito, mas a motivação para a mudança se apresenta de uma determinada forma para cada um, sendo assim, variável. A primeira etapa do tratamento é feito a partir da conscientização do indivíduo que está doente, necessitado de apoio e realmente disposto a entrar em processo de recuperação, apesar das dificuldades envolvidas no mesmo.

O dependente será diagnosticado e tratado conforme a droga que ele estiver consumindo, mas normalmente é necessário administrar outro elemento químico ou medicamento, para suprir a retirada repentina da substância habitualmente ingerida. A eficácia de alguns medicamentos foi testada e demonstrada, tornando possível alcançar bons resultados no tratamento da dependência do álcool e da nicotina, por exemplo; mas para as drogas ilícitas não encontraram ainda um adversário à altura da devastação provocada por elas no organismo humano.

A Abstinência é manifestada por qualquer um dos seguintes aspectos: a presença de sintomas e sinais fisiológicos e cognitivos desconfortáveis após a interrupção do uso da substância ou diminuição da quantidade consumida usualmente; e o consumo da mesma substância ou outra similar a fim de aliviar ou evitar os sintomas de abstinência. Sabe-se que o álcool e os opióides (morfina, heroína), estão entre as drogas que determinam maior intensidade de dependência e sintomas mais graves na síndrome de abstinência. Por isso é importante que a dependência a qualquer droga, seja reconhecida e tratada, trazendo o indivíduo ás suas condições normais de vida social e afetiva, e a independência completa, para que seja um ser humano feliz.

Em alguns casos, quando ocorre utilização freqüente por tempo prolongado, a retirada abrupta da droga pode determinar desde sensações desagradáveis (irritabilidade, ansiedade, etc.), até quadros clínicos mais severos como convulsões, vômitos, diarréia, cólicas abdominais entre outros. Ressaltando que os sintomas de abstinência real, física, têm curta duração: de 5 a 10 dias, pois o corpo já se esqueceu da droga. Devemos salientar que quaisquer sintomas de abstinência depois do 10° dia de abstinência total são de natureza psicológica ou sintomas de algum distúrbio físico ou mental desenvolvido durante o uso da droga e não percebido durante a ativa. Estes sintomas variam em qualidade e intensidade, dependendo do tipo de droga em questão e da intensidade do uso da mesma durante determinado tempo. Procurando evitá-los, o indivíduo readministra a droga.

A adoção da psicoterapia também é fundamental na recuperação do paciente. A linha que tem alcançado maiores resultados é a cognitivo-comportamental, que foca especialmente nos quadros de consumo e de abstinência das drogas, procurando despertar no dependente químico, condições para que ele se previna de contextos que o levem a recair na ingestão de substâncias químicas que induzem à dependência. É importante igualmente recorrer ao auxílio de órgãos próprios para cada caso, como os Alcoólicos ou Narcóticos Anônimos, até mesmo para a orientação dos próprios familiares. Internar o paciente só é recomendado em contextos mais radicais, como a possibilidade da ocorrência de suicídios, estados de agressividade, psicose e total perda de controle no consumo da droga.

Em nenhum momento pode-se afirmar que o dependente está curado, pois ele sempre trará em si a potencial recaída, que só será evitada se o paciente se abstiver da droga pelo resto de sua existência. Há perspectivas de que, futuramente, a ciência desenvolva remédios mais apropriados para cada situação de dependência; vacinas contra o uso da cocaína e da nicotina têm sido testadas em cobaias humanas. É importante igualmente ter consciência de que alguns medicamentos, os quais só podem ser consumidos por orientação médica, também podem provocar dependência.

Referência

Associação nossa vida. Como é o tratamento das dependências químicas? Acesso: em 28. Maio de 2011. Disponível em: http://www.jve.matrix.com.br/novavida/ttodp.htm

Um comentário:

  1. Senti mesmo falta do posicionamento das autoras neste caso. Fica patente a forma como o conceito de dependência química pode afetar a forma como tratamos estes usuários. O que vcs acham disso?

    ResponderExcluir